Antes de se construir o amor, primeiro se constrói o respeito, a cumplicidade, a amizade, a confiança, a fidelidade, a lealdade, a presença e a intimidade não só de corpo, mas de alma.
Quando eu digo que não acredito em amor a primeira vista, não estou dizendo que não exista sentimentos ao primeiro encontro ou ao primeiro olhar, e sim, que podemos criar um laço de primeiro momento, mas, o amor de verdade precisa de tempo, de relacionamento, de contato com as palavras e atos que venham enriquecer o nosso coração, os nossos dias e até a nossa convivência diária.
Nenhuma relação cresce se um não souber ouvir o outro, ou se ambos não trocarem além de afetos e cuidados, confiança. Você pode conhecer a pessoa que acorda com você todos os dias superficialmente, você pode saber dos gostos dela, daquilo que a faz bem por fora, da roupa, do tipo de calçado, do perfume, do prato preferido, e até do jeito que ela gosta que você se veste ou a trata, mas o que ela sente por dentro é só com doses diárias de cuidado, tempo, compreensão e calor humano, aquele que não cobra demais, que não oprime, que não julga, que não interrompe, mas que aquece e oferece além de um ombro amigo, um abrigo aonde ela possa desabafar e se sentir segura e protegida.
Não estou falando de defeitos ou qualidades, estou falando da profundidade do ser de cada um, estou falando de feridas acumuladas ao longo dos dias, meses ou até anos, estou falando daquilo que ambos não se perdoaram e abafaram tudo com falsos esquecimentos, mas que na primeira oportunidade usam como espada afiada afim de dizer: quem errou foi você e não eu.
Tem muitos casais hoje em dia vivendo de aparência, mostrando para a sociedade uma vida linda, mas entre quatro paredes estão sofrendo a solidão e o descaso, estão se agredindo silenciosamente, deixando de ser importante um para o outro e não percebendo que a perda acontece devagar, e pelo que vamos deixando de fazer ao longo do caminho.
Cecilia Sfalsin
Nenhum comentário:
Postar um comentário