segunda-feira, 30 de maio de 2022

DESDE AGORA E PARA SEMPRE

Devocional: Salmo 121 Deus, o nosso protetor Canção de peregrinos. 121.1-8 o meu socorro. Este salmo faz parte dos “cânticos de subida gradual” (veja 120 a 134, nota), e é um dos mais apreciados do Saltério, uma afirmação de fé e segurança, de confiança do salmista no Senhor. Sua forma e conteúdo sugerem um diálogo entre um jovem e seu pai ou mestre, ou entre um sacerdote e um adorador — que também poderia ser o povo. A paisagem, vista da estrada, já nos coloca em plena peregrinação. Este salmo tem sido chamado de salmo do peregrino ou viajante, e se aplica muito bem para uma situação de viagem. Mas também se aplica à “viagem da vida”, desde seu começo até o final: do berço até o túmulo, “O Senhor é quem te guarda!” 121.1 olho para os montes. Nos montes ou “lugares altos” ficavam vários altares a deuses pagãos. O jovem inicia o diálogo perguntando: De onde posso esperar auxílio e ajuda nos momentos difíceis e perigosos da vida? Esta é uma pergunta fundamental, que também é universal: de onde virá o meu socorro? Todo ser humano faz essa pergunta em tempos de aflição, de crises e provações: há algo ou alguém a quem podemos recorrer? Nossa alma busca se agarrar a alguma proteção. Veja o quadro “Busca de proteção e apego doentio”. 121.2 O meu socorro vem do SENHOR Deus, que fez o céu e a terra. A resposta do próprio jovem afirma que a ajuda virá do Deus Todo-poderoso, criador dos céus e terra, e não da idolatria. Podemos recorrer ao Senhor Deus do universo, ao criador e sustentador de todas as coisas (v. 2). Ele também é o protetor das pessoas e do povo inteiro (vs. 3-5). 121.3-6 o seu protetor está sempre alerta. O interlocutor do salmista confirma a declaração do jovem, e acrescenta que ele não cairá, porque Deus não dorme nunca — está de plantão 24 horas por dia, caminhando a seu lado e dando-lhe sombra. Deus sempre está pronto para ajudá-lo, protegê-lo do brilho do sol e da lua, da escuridão da noite e das condições difíceis do tempo, sejam ventos, chuva ou inundações. 121.7-8 agora e para sempre. A cobertura dada por Deus é bem pessoal, total e ilimitada. Ele protege o peregrino de todo risco e perigo, inclusive da morte, não importa onde este se encontre, e por tempo infinito. Sem dúvida, Deus é o melhor guarda-costas e o melhor seguro! Assim, seguindo o exemplo do salmista, podemos depositar nossa confiança, nossa vida e nosso caminhar diário nas mãos de nosso Criador e Deus. Veja o quadro “Busca de proteção e apego doentio”. Busca de proteção e apego doentio O apegar-se a alguém ou alguma coisa em busca de proteção tem a ver com as nossas primeiras emoções, quando ainda éramos totalmente dependentes, e se relaciona com um desejo legítimo de ser amado e protegido. Psicologicamente, a busca de proteção se trata de uma regressão. Se formos regredindo sem parar, chegaríamos até o lugar de acolhimento máximo na infância: os seios da mãe (Sl 131). A alma humana tem uma tendência a buscar esse tipo de lugar: queremos sempre voltar atrás, queremos o Egito outra vez, queremos o seio materno. Queremos “deuses” visíveis e palpáveis, como o povo israelita buscava deuses erguendo altares nos montes; lugares e situações assim facilmente se tornam idolátricos. Existem regressões que são estratégicas — nos processos criativos, por exemplo — e necessárias. O problema é quando ficamos “presos” numa regressão, entendendo que não conseguiremos viver se não for "desta maneira" (faz lembrar Pedro no monte da transfiguração: "bom é estarmos aqui; se queres, farei aqui três tendas…"). Nesses casos, a regressão se torna um problema, um apego doentio. Como libertar-se do apego doentio? Todos nós temos a necessidade profunda de real salvação: nosso espírito precisa se conectar com o Espírito de Deus. Ao buscarmos comunhão com Deus, ao recebermos Jesus Cristo como nosso Salvador, acontece um verdadeiro alívio. Podemos então alimentar essa comunhão espiritual através da devoção, onde continuamos recebendo a visita de nosso Senhor. Na devoção podemos ser espontâneos, ser como somos e não como “deveríamos ser” ou santarrões. Este é o momento privilegiado, quando nos desapegamos de nossas idolatrias para sermos naturais, livres, e oferecer a Deus uma boa acolhida, porque ele é Rei, mas um rei amoroso (o Apocalipse destrói a imagem de rei que ostenta a coroa, os mantos coloridos e a riqueza: lá, no trono, há um Cordeiro; e que foi ferido de morte por nós). No encontro devocional Deus pode nos falar. Abraão,o pai da fé, saiu a mando do Senhor, e nunca mais voltou, não regrediu mais. O apego doentio acaba me afastando da presença de Deus, porque significa que não vou me soltar de meus ídolos, que com eles é como se eu desse conta sozinho das minhas questões (sem o Deus vivo, maior e diferente de qualquer imagem que eu tenha). É como o presidente de uma empresa que, convencido de que a cadeira presidencial é fundamental para a sua vida, fará de tudo para permanecer no poder — ele não consegue enxergar outra forma de vida possível. O apego infantil de muitas pessoas aos bens, cargos, dinheiro, tem feito com que a situação social também fique em total descaso. Essas são formas idolátricas de apego ao dinheiro, que acaba enriquecendo uma classe (por exemplo, os líderes políticos) e empobrecendo outra. Como o Sl 121 bem retrata, o que realmente precisamos é de Deus, e nada mais. Só a Ele podemos nos apegar e ficarmos protegidos, saudavelmente.

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