quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

DEVOCIONAL 4 EU E A MINHA CASA SERVIREMOS AO SENHOR

 

Intimidade com Deus: “Buscar-me-eis e me achareis quando me buscares de todo o vosso coração.” (Jr 29:13).

Intimidade quer dizer aquilo que há de mais profundo no homem e em Deus. Está ligado ao “dar-se a conhecer profundamente”. Um desejo de todo Cristão e de toda pessoa que crê que o Criador dos céus e da terra é um Deus relacional, é ter intimidade com Ele. Gostamos de dizer que Deus é nosso Pai, por isso, precisamos buscar um relacionamento íntimo e sincero com ele. O próprio ser humano precisa querer dar-se a Deus no mais profundo de si, porque Deus conhece o nosso íntimo, mas é preciso buscar uma amizade profunda com Deus, a ponto de dizer: “Já não sou eu quem vivo, mas é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20).

Não existe jeito melhor de compreender a intimidade com Deus do que observando o relacionamento mais íntimo da Bíblia: Jesus e Deus Pai. E isso, só teremos por meio do Espírito Santo, pois só Ele pode nos levar a uma plena comunhão de alma com Deus. “A nós, porém, Deus o revelou pelo Espírito. Pois, o Espírito sonda todas as coisas, até mesmo as profundidades de Deus” (I Cor 2,10). O Espírito nos leva às profundezas de Deus, ou seja, à intimidade; é Ele quem nos revela Deus.

O Espírito nos leva à profundidade com Deus e, com o Espírito, o Senhor torna-Se nosso hóspede. Por isso, Ele é conhecido como o “Doce Hóspede da Alma”. Assim, pode até se dizer: é Deus em nós e nós em Deus, por meio do Espírito Santo. Quando uma alma quer ser íntima de Deus, Ele se apropria dela, há uma afeição, um profundo amor. 

Ser íntimo do Senhor é apresentar-se ou estar diante d’Ele despojado de si mesmo; é desvelar-se, tirar as máscaras; esvaziar-se totalmente; apresentar-se como dependente unicamente d’Ele; sair da hipocrisia para a transparência. Estar totalmente “nu” diante de Deus implica, também, em não ter vontade própria; assumir a vontade de Deus e não estar cheio de si. O viver submisso a Deus é caminho para uma profunda intimidade com Ele. Daí parte o ser dependente do Senhor. Assim, a vida torna-se plena de sentido quando nos rendemos ao Seu doce amor e à ação do Espírito. A nossa maturidade espiritual só será plena, só chegará ao ápice, quando entendermos o que significa sermos totalmente dependente de Deus.

O caminho para a intimidade com Deus requer morte interior e, acima de tudo, renúncia; o sair ou transpor a atmosfera material para a transcendental; é estar totalmente no outro (em Deus). A busca da intimidade com Deus nos proporciona rasgar o véu do santuário e penetrarmos na vida de Deus, participar dela. Pois, a intimidade está ligada na esperança desta vida em Deus. “A qual temos como âncora da alma, segura e firme, e que penetra até ao interior do véu”. (Hb 6,19). A intimidade com o Senhor, com a Trindade, vai muito além de uma experiência mística, adoração, etc.; ela é parte da morada de Deus. Por isso, quem é íntimo de Deus não fica preso a nada, ao contrário, experimenta a liberdade plena. Contudo, ser íntimo é ser livre diante da pessoa, sem medo ou constrangimento.

Deus nos deixou um grande livro, que é mais que um livro, a Bíblia. E é por meio dela que podemos conhecer o caráter do Pai, quem Ele é e quem nós somos nele!  É por meio da Bíblia que aprendemos como nos achegar a Ele, como agradá-lo e como dirigir as nossas orações ao Senhor do Universo. Um Deus tão grande que escolhe se relacionar com criaturas tão pequenas.

Portanto, lembre-se que um relacionamento de intimidade implica em conhecer e ser conhecido. Gaste tempo na leitura da Palavra e conheça cada vez melhor o Deus a quem você dirige suas orações. É impossível separar as coisas. Você pode conhecer toda a Bíblia sem ter nenhuma intimidade com Deus, ou seja, a oração é indispensável.

Então, o que é orar? Orar é dirigir-se a Deus, é proferir humildemente palavras ao Senhor, fazer confissões ao Pai, prestar adoração e, claro, suplicar ao Pai por nossos anseios e necessidades. É à nossa maneira de conversar com o Senhor, nos aproximando dEle com o coração quebrantado para demonstrar gratidão e engrandecê-Lo clamando por Sua presença e direção. Saibam que é a “linha direta” com o Céu!

A oração é um momento seu com Deus, é um momento de intimidade.  Afinal, o próprio Cristo nos instruiu no Sermão do Monte (Mateus 6: 5-8), dizendo que devemos orar “em secreto”. Ainda que as orações públicas, com os irmãos, e fazer constantes orações ao longo do dia sejam importantes, o relacionamento profundo com Deus só pode ser feito a sós. Orar intimamente é estar a sós com Deus, é apresentar-se no secreto, no seu quarto, de portas fechadas, sem interferência externa e sem querer mostrar-se para os outros, achegar-se diante do Pai e abrir o coração verdadeiramente. Claro, nosso Pai já sabe o que iremos contar, mas Ele ama ouvir os seus filhos - oração é relacionamento! 

O evangelho de João inicia com um dos versículos mais belos e que mais demonstram a intimidade e o relacionamento de Cristo com Deus. (João 1: 1–14). Jesus Cristo deixou o Pai, abriu mão de toda a sua glória celestial, esvaziou-se de tal forma que se tornou servo, fez-se em semelhança de homem, foi reconhecido em figura humana e mostrou sua obediência a Deus. Ele foi morto e pendurado em uma cruz, fazendo-se maldito perante a Deus como a Torá dizia (Gênesis 21:23), porém mostrando-se obediente ao Pai.  Obediente de tal forma que Deus o exaltou e lhe deu “o nome que está acima de todo o nome” (Filipenses 2: 5-11).

Cristo, diversas vezes ao estar rodeado por multidões se despedia e retirava-se para orar e ter um tempo a sós com Deus (Mateus 14: 23).  Algumas vezes logo após realizar curas e milagres e ver as notícias correrem e a multidão se achegando, Jesus se retirava para lugares solitários para ficar somente com o Pai e orar (Lucas 5: 16). O Filho Unigênito buscava sempre estar em iantimidade com Deus, orava não somente durante o dia, mas também nas madrugadas (Marcos 1: 35).

Cristo não tomava decisões antes de conversar com o Pai. A Palavra diz que antes de escolher aqueles que seriam seus doze apóstolos, Jesus passou a noite orando a Deus (Lucas 6: 12).  Ao ser batizado por João Batista, Jesus orou, e todos puderam presenciar os céus se abrirem e Deus falar audivelmente (Lucas 3: 21-22), confirmando tudo aquilo que João Batista já havia proferido anteriormente, que Cristo era o Cordeiro de Deus o Filho de Deus (João 1: 29-34). 

O Filho de Deus não somente tinha momentos a sós com o Pai e liderava pelo exemplo, mas com todo amor e cuidado, ensinou seus discípulos a orar (Lucas 11: 1-13). Sabendo da dor que viria a sofrer e da ira de Deus que havia de experimentar, agonizando, o Cordeiro de Deus, orava ainda mais, orava incessantemente (Lucas 22: 41-44). 

Mesmo sabendo que Deus iria moê-lo e fazê-lo enfermar, que ele seria oprimido e humilhado e sobre ele cairia a iniquidade de todos nós (Isaías 53), Cristo perseverava em oração, mantinha sua intimidade com o Pai.

Cristo conseguiu cumprir tudo aquilo que Deus havia traçado para sua vida. Primeiro, porque ele sabia quem era/é — ele tinha convicção da sua missão e da sua identidade. E, principalmente, porque ele mantinha uma intimidade com Deus. Mesmo se fazendo homem, Cristo não deixou de buscar o Senhor, ele não deixou de relacionar com o Pai. 

Por isso o relacionamento entre Jesus e o Pai é o maior exemplo de como devemos nos relacionar com Deus.  Pois Cristo, mesmo sendo o Deus encarnado, não deixava de orar e retirar-se para ter um tempo a sós com o Pai. 

A pergunta que faço a você é: como vai a sua intimidade com Deus? Com o seu Pai? Você já orou hoje? Já tirou um tempo a sós com Deus? “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. E em toda a alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos. E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister. E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, Louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar”. (Atos 2: 42). Precisamos persistir em oração, é por meio dela que nossa fé é fortalecida e medimos a nossa intimidade com Deus. Se achegue ao Pai, rasgue seu coração diante de Deus e persevere em oração. Quanto mais você amá-Lo, mais provará o amor dele de volta. Tenha uma vida de oração!

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